O abandono do tratamento da tuberculose é um dos principais obstáculos para o controle da doença no Brasil e no mundo. Em 2018, o estado do Rio de Janeiro registrou 15,5% de abandono do tratamento nos casos novos, superior ao recomendado. Investigar os fatores associados ao abandono do tratamento segundo características sociodemográficas e clínico-epidemiológicas dos casos novos de tuberculose no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Foram utilizados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação de 2015 a 2019. A associação das variáveis explicativas com o abandono do tratamento foi explorada por meio de modelos de regressão logística binária univariada e multivariada. Dos 14.831 indivíduos com tuberculose incluídos no estudo, 1.852 abandonaram o tratamento, o que representa 12,5% da amostra. Homens jovens, com baixa escolaridade, não brancos, fumantes e usuários de drogas ilícitas apresentaram predisposição ao abandono, com a população de rua apresentando maior chance de abandono do tratamento para tuberculose. O estudo mostra a importância de acompanhar o perfil dos pacientes com tuberculose para desenvolver estratégias que aumentem a cooperação e adesão do paciente.