Fatores associados ao abandono do tratamento de tuberculose no estado do Rio de Janeiro
A tuberculose (TB) é uma doença de âmbito mundial e um grave problema de saúde pública, sendo uma das 10 principais causas de morte no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil faz parte de um grupo de 30 países responsáveis por 87% da carga de TB no mundo. Em 2017, foram notificados 69.569 casos novos de tuberculose no país. No mesmo ano, o estado do Rio de Janeiro apresentou o segundo maior coeficiente de incidência do país. Apesar da OMS estabelecer a estratégia Directly Observed Treatment Short-Course (DOTS) com o intuito de garantir a adesão ao tratamento e controle da doença, o abandono do tratamento é uma das principais dificuldades em se alcançar o sucesso terapêutico. Essa prática acaba favorecendo a propagação e contágio da doença, o aumento dos custos e a resistência aos medicamentos, causando danos individuais, mas também colocando em risco a saúde pública. Esse cenário indica a necessidade de estabelecer as causas do abandono ao tratamento, pois contribui para a identificação dos principais obstáculos ao sucesso terapêutico e favorece a vigilância aos grupos vulneráveis ao abandono da medicação. Neste sentido, identificar o perfil dos pacientes de TB vulneráveis ao abandono e os fatores que podem desencadear tal desfecho, torna-se uma ferramenta essencial para o estabelecimento de ações e estratégias envolvendo a gestão, organização dos serviços e profissionais de saúde, visando a adesão e controle da doença.